“É necessário envolver os governos e os decisores políticos para que pensem numa perspectiva de longo prazo, não só para evitar as mortes por câncer, mas também para reduzir o número de novos casos”, enfatizou a presidente do Conselho de Administração do Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC), Drª Maira Caleffi, durante o evento World Cancer Leaders’ Summit (WCLS) organizado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), nos dias 16 e 17 de outubro, na Califórnia.
A médica mastologista, membro do board da UICC, participou do painel “Removendo obstáculos do cuidados ao câncer de mama na América Latina” ao lado de outros profissionais da área. Com mais de 200 mil novos diagnósticos e mais de 58 mil vidas perdidas anualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é uma epidemia crescente no panorama da saúde na América Latina.
O painel buscou discutir como enfrentar esta crise crescente e como construir um legado de saúde sustentável que possa transformar a história da doença e os seus resultados na região.
Maira propôs à audiência a elaboração do chamado modelo 50:50 como uma mudança de paradigma do investimento nos cuidados oncológicos.
“50% de verbas destinadas à prevenção e ao diagnóstico precoce e, outros 50%, ao tratamento do câncer de mama e à sobrevivência. Mais testes, implementação de soluções locais e escalada. Além da necessidade de investir nos doentes mais jovens”, reforçou a médica.
Eventos como o WCLS são um lembrete da responsabilidade para os líderes no setor de oncologia, buscando impulsionar ações para construir um legado de saúde sustentável para o futuro. De acordo com a OMS, o número de casos de câncer na América Latina deverá duplicar até 2040, razão pela qual é fundamental desenvolver um plano de ação conjunto através de parcerias públicas e privadas para reforçar os sistemas de saúde, melhorar os cuidados e transformar o percurso e os resultados da doença nas cidades da América Latina.