IGCC promove painel “A Hora da Virada: O Câncer nas Eleições 2024” durante o 11° Congresso TJCC

Foto: RicaLucas

Na manhã desta quinta-feira (19/09), o Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC) organizou, em colaboração com as demais líderes do movimento nacional Coalizão Cidades no Contole do Câncer, o painel “A Hora da Virada: O Câncer nas Eleições 2024” como parte do 11° Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). O evento buscou mobilizar candidatos e candidatas a firmar compromissos públicos com políticas de controle do câncer, ressaltando a urgência dessa pauta nas agendas municipais.

Cibele Carneiro, jornalista e coordenadora do projeto Coalizão Cidades no Controle do Câncer, moderou o debate e abriu a discussão enfatizando que o controle do câncer deve ser uma prioridade nas cidades. “Temos um grande desafio pela frente, que é a implementação de políticas públicas nos municípios, mas uma iniciativa que é fundamental para que a população tenha acesso à saúde de forma universal, com tratamentos de qualidade e diagnóstico precoce”, ressaltou.

A Importância do Controle Oncológico nas Cidades

Com a participação de representantes das instituições líderes da Coalizão, a mesa de abertura visou promover um diálogo construtivo sobre a importância do controle do câncer nas políticas públicas, destacando a necessidade de compromissos concretos por parte dos candidatos e incentivando a mobilização da sociedade civil para exigir ações efetivas na prevenção e no tratamento da doença.

Catia Duarte, diretora executiva interina do IGCC, abriu o diálogo com um chamamento às organizações da plateia. “Como é possível melhorar o controle do câncer nas cidades? Porque é lá que a vida acontece, e o câncer também. Então, como que nas cidades de vocês podemos ter números melhores? Como podemos cobrar dos legisladores e do executivo por ações efetivas no enfrentamento à doença?”, questiona.

Helena Esteves, gerente de advocacy do Instituto Oncoguia, destacou em sua fala a importância da coordenação dos cuidados na saúde oncológica. “Os prefeitos e vereadores precisam entender que fazem parte de uma rede de atenção à saúde”, enfatizou, ressaltando que a Coalizão desempenha um papel crucial na educação dos políticos sobre essa interconexão. 

Um ponto destacado na abertura do painel foi que a atuação da Coalizão não se limita ao período eleitoral; ao contrário, sua missão se estende muito além disso. Com a eleição de novos representantes, inicia-se um ciclo de quatro anos crucial, no qual a Coalizão se compromete a fiscalizar e acompanhar a implementação das práticas públicas. “Precisamos manter a política oncológica na agenda política”, afirmou Alexandre Ben, coordenador de projetos e relações institucionais da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), acrescentando que  o engajamento da sociedade civil é crucial para garantir que as demandas por melhores condições de tratamento e prevenção sejam efetivamente atendidas, estabelecendo um compromisso contínuo entre a população e os governantes.

Nesse sentido, Thais Mendes Souza, analista de políticas públicas da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), convocou todos os participantes do painel a se apropriarem de sua realidade local. Ela destacou que a Coalizão representa um grande despertar para o exercício democrático, afirmando: “Façam valer a voz de vocês para que possamos melhorar e influenciar as decisões de saúde em nossos municípios.” 

Desafios e Oportunidades no Controle do Câncer

Na segunda mesa, os participantes discutiram os desafios enfrentados na implementação de políticas de saúde, ressaltando a importância de estratégias adaptadas às realidades locais. Renata Sene,  Prefeita de Francisco Morato e vice-presidente de Parcerias de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), destacou a complexidade dos territórios vulneráveis: “O município conhece seus números e indicadores, e é crucial que abrace suas competências na prevenção e promoção da saúde.” Ela enfatizou que a falta de recursos e infraestrutura adequada muitas vezes limita a eficácia das políticas, sugerindo a necessidade de parcerias com a sociedade civil para fortalecer as iniciativas de saúde. 

Tacyra Valois, ex-secretária municipal de saúde e CEO do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXS), complementou a discussão ao enfatizar a necessidade de articulação regional: “Os municípios precisam se organizar para avançar, mas isso deve ser feito em colaboração.” Ela acrescentou que a integração entre diferentes esferas de governo e setores da sociedade é essencial para desenvolver soluções sustentáveis e garantir que os serviços de saúde cheguem de forma equitativa à população, especialmente em áreas com maior vulnerabilidade.

O Impacto do Câncer no Brasil

Cibele Carneiro também trouxe para o painel dados alarmantes sobre o câncer no Brasil, com mais de 700 mil novos casos registrados anualmente e a doença sendo a principal causa de morte em 1 a cada 10 pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ainda, uma pesquisa destacou que, até 2050, 1 em cada 5 pessoas no mundo será diagnosticada com câncer, sublinhando a urgência da mobilização.

A Hora da Virada: ainda dá tempo de fortalecer a pauta do câncer nas eleições municipais

O terceiro momento do painel trouxe representantes de organizações articuladoras para contar sobre suas experiências ao engajar candidaturas para o compromisso com a Coalizão e a pauta oncológica nas cidades. Katia Baldini, da NASPEC, abordou sobre como sua organização está mobilizando candidaturas das mais variadas siglas em Salvador, reforçando que o enfrentamento ao câncer não tem partido. Ana Paula, da GAPCCI, compartilhou sobre como está mobilizando candidaturas em diversas cidades do Espírito Santo, e Rita Cunha, diretora do IMAMA, no Rio Grande do Sul, contou como o Instituto da Mama vem articulando com os principais candidatos à Prefeitura de Porto Alegre para a assinatura da Carta-Compromisso.

Compromisso Coletivo e Ação

O evento foi encerrado com um ato simbólico, onde representantes e candidatos presentes no Congresso assinaram a carta-compromisso, reafirmando a necessidade de ação coletiva para transformar a política oncológica no Brasil. A hora da virada é agora, e cada um de nós pode fazer a diferença.

Para mais informações sobre a Coalizão Cidades no Controle do Câncer, acesse o perfil @cidadesnocontroledocancer ou entre em contato pelo email [email protected].