Dia 01 de agosto foi instituído como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão. Para marcar a data e chamar a atenção para o tema, o Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC) realiza entrega da “Árvore Decisória para Câncer de Pulmão” à Prefeitura de Porto Alegre em evento na Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Floresta, na Capital.
A intenção é que o material sirva como um guia para a orientar a tomada de decisão do médico da atenção primária na identificação precoce de pacientes com possíveis sintomas de câncer de pulmão. O objetivo é que a Árvore seja distribuída em todas as mais de 130 UBSs da cidade para acelerar o encaminhamento correto de pacientes com suspeita da doença para o especialista, diminuindo o tempo entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico.
A “Árvore Decisória” (clique aqui para ter acesso ao material) é uma ferramenta em forma de fluxograma desenvolvida pelo IGCC e especialistas do Serviço de Pneumologia, Medicina de Família e Oncologia do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). A entrega faz parte da primeira etapa do projeto “Melhoria do Diagnóstico Precoce de Câncer” desenvolvido pelo IGCC em parceria com o GHC desde 2021 e que tem como parceiros implementadores a BMS Foundation e a MSD. Entre as estratégias do projeto, está a capacitação dos profissionais da atenção básica das 12 UBSs que fazem parte do GHC sobre sintomas e sinais de alerta para as neoplasias pulmonares.
Dr. Marcelo Capra, líder técnico do projeto no Hospital e conselheiro do Instituto, comenta sobre o desafio das cidades em enfrentar o câncer e como as parceria entre os atores que compõe o cenário são importantes.
“Temos que nos aproximar da atenção básica, ela é o começo de tudo. O projeto foi uma forma de aprender quais são as necessidades, saber como encaminhar com eficiência para diminuir as filas. A “Árvore Decisória” possui sensibilidade e especificidade suficientes para que os pacientes sejam encaminhados corretamente ao especialista. E o GHC tem um terreno fértil para testar esse tipo de ferramenta, temos o sistema de saúde todo lá dentro e este é o momento para propormos soluções que melhorem esse sistema, destaca o médico.”
O IGCC também desenvolveu um material voltado para a população em geral (clique aqui para ter acesso), para que pacientes que aguardam por atendimento nas UBSs possam conhecer os possíveis sintomas e sinais de alerta para câncer de pulmão, incentivando a procura por atendimento médico quando da identificação desses sintomas e a prevenção ao evitar o tabagismo.
Ainda, estiveram presentes na entrega Shaienne Sehnem, Coordenadora Técnica da Atenção Primária do GHC; André dos Santos Poll, Responsável Técnico da Enfermagem da Saúde Comunitária do GHC; Jane de Oliveira Johann Follmann, Coordenadora da UBS Vila Floresta; Drª Elisabeth Kalil Nader, da UBS Vila Floresta; e Daniely Votto, Diretora Executiva do IGCC.
O Instituto agradece à Prefeitura Municipal e a Secretaria de Saúde pela parceria e ressalta a importância das ações de qualificação e capacitação que causam impactos positivos no atendimento à população e na realidade do enfrentamento ao câncer na cidade.
As estatística do Câncer de Pulmão
A importância do diagnóstico precoce se deve ao fato de que, frequentemente, esse tipo de tumor é assintomático ou apresenta sintomas inespecíficos nos estágios iniciais, o que leva à um atraso na procura por atendimento médico. Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Oncoguia mostra que 86,2% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio avançado. Em uma perspectiva regional, no Rio Grande do Sul, mais de 80% dos pacientes iniciaram o tratamento em estadiamento avançado (3 e 4) nos últimos três anos, de acordo com dados do Radar do Câncer de 2023.
Ainda, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2022) alerta que os tumores pulmonares são os mais letais no mundo. No Brasil, o câncer de pulmão é a principal causa de óbitos por câncer para a população geral, sendo a primeira para homens e a segunda entre as mulheres, de acordo com dados do INCA de 2020.
Esses tumores podem ser diagnosticados em qualquer pessoa e faixa etária, porém, segundo a American Cancer Society (ACS), a doença atinge principalmente pessoas com idade mais avançada. O INCA aponta que, no Brasil, 90% dos casos de pulmão são diagnosticados após os 50 anos.
Conheça os fatores de risco da doença
Os principais fatores de risco associados à essa neoplasia são o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco e derivados, responsáveis por cerca de 85% dos casos diagnosticados. Os outros 15% estão ligados à fatores como exposições à poluição do ar e agentes químicos, além de outras patologias pulmonares, fatores genéticos, entre outros.
A médica Elisabeth Kalil Nader, da UBS Vila Floresta, comenta a importância de trabalhar com os fatores de risco e a detecção precoce. “É preciso chegar ao paciente com suspeita de forma mais eficaz e, por isso, todas as ferramentas são bem vindas. Aqui é a porta de entrada para a atenção em saúde, precisamos estar bem preparados para o diagnóstico precoce e assertivo”.
Link para download da “Árvore Decisória”: https://igcc.org.br//arvore-decisoria-para-cancer-de-pulmao-para-profissionais-de-saude/
Link para download do cartaz “Sinais de Alerta”: https://igcc.org.br//cartaz-sinais-de-alerta-para-cancer-de-pulmao-para-populacao-em-geral/