A vacinação como estratégia para a eliminação do câncer de colo do útero

Foto: Matheus Pé

Em 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a Estratégia Global para Eliminação do Câncer de Colo do Útero, aprovada por seus Estados membros, dentre eles o Brasil. A iniciativa propõe ações para eliminar a doença como problema de saúde pública, preconizando que, até 2023, se atinjam as seguintes metas: 90% de cobertura da vacinação contra o HPV em meninas até 15 anos; 70% do rastreamento de mulheres com teste de alta performance aos 35 e novamente 45 anos, com a possibilidade de autocoleta; e 90% das mulheres identificadas com câncer do colo do útero com tratamento adequado. (INCA, 2023)

Março, considerado o mês das mulheres, também abriga a data simbólica do Dia Mundial de Prevenção ao Câncer de Colo do Útero, comemorado dia 26. Durante este mês, Porto Alegre deu início a duas importantes iniciativas para controlar a doença: a retomada da vacinação escolar nas escolas públicas com foco na vacinação contra o HPV e o lançamento do projeto Visão Zero, desenvolvido pelo Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC), em parceria com a Prefeitura Municipal e o apoio do Governo do Estado. (saiba mais aqui)

O que precisamos reforçar é que existe uma vacina que previne o câncer, segura, disponível e gratuita nos postos de saúde de todo o Brasil. E o projeto se dedica a conscientizar e estimular a imunização e a busca ativa de crianças, meninos e meninas que estão na faixa etária para fazer a vacina do HPV”, explica Fernanda Casarotto, médica oncologista e líder técnica do Visão Zero.

Fazendo parte também das ações do projeto, o Rolê da Vacina, estratégia da Secretaria Municipal de Saúde para aumentar a cobertura vacinal dos imunizantes previstos no calendário, tem como foco deste ano a imunização contra o HPV, o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de colo do útero.

A vacina do HPV está disponível para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade. Vamos trazer ela para dentro das escolas para facilitar o acesso à essa vacina que salva vidas”, reforça Fernando Ritter, Secretário de Saúde de Porto Alegre.

A vacinação de crianças e adolescentes é uma estratégia fundamental para prevenir a infecção pelo papilomavírus humano e foi incorporada ao Calendário Nacional de Imunizações em 2014. Entretanto, as estatísticas apontam que a cobertura vacinal permanece abaixo do esperado, especialmente entre os meninos. 

Só tem um caminho, é a conscientização. Dentro da escola, na família, na sociedade, através de todas as mídias sociais. Vamos fazer um chamamento institucional porque a vacina salva muitas vidas”, enfatiza Sebastião Melo, Prefeito de Porto Alegre, sobre a importância das campanhas de incentivo à vacinação.

Embora a erradicação do câncer de colo uterino possa demandar tempo e esforço contínuo, implementar estratégias de forma coordenada e sustentada pode levar a uma diminuição significativa na incidência e no número de óbitos pela doença, aproximando as cidades brasileiras do objetivo final de eliminá-la completamente.

Porto Alegre tem condições de chegar nessa meta, e o Brasil também, só precisamos unir forças para criar uma rede efetiva que alcance e informe todos os setores e camadas da sociedade sobre a importância da vacinação e dos exames preventivos. Assim, alcançaremos as metas estabelecidas pela OMS para a eliminação do câncer de colo do útero, com a visão ambiciosa de zerar os casos e as mortes pela doença”, comenta Daniely Votto, diretora executiva do IGCC.

Expressamos nosso agradecimento aos parceiros MSD e Pfizer pelo apoio institucional ao projeto “Visão Zero”. A colaboração e comprometimento são fundamentais para o sucesso do enfrentamento aos cânceres femininos nas cidades. Juntos, construímos um caminho de conquistas e impacto positivo no controle das doenças.