O poder da mobilização em rede para transformar cidades

Zuleica Goulart, no painel "O poder da mobilização em rede para transformar cidades" do Fórum Câncer no Foco das Eleições | Foto: Natacha Gastal / IGCC

Estamos dando o primeiro passo para instrumentalizar os candidatos para pensar no câncer”, assim iniciou a jornalista Natalia Cuminale, fundadora da Futuro da Saúde, que mediou o “Fórum Câncer no Foco das Eleições”, promovido pelo Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC) no dia 15 de dezembro, em evento híbrido em São Paulo.

A pauta do câncer chega em momento em que a saúde tem ganhado cada vez mais relevância no dia a dia da população. Uma pesquisa recente do Datafolha, que entrevistou cerca de 2 mil pessoas em 135 cidades, mostrou que a saúde é a principal preocupação da sociedade. “Ainda que o levantamento tenha como foco a responsabilidade do governo federal, o dado mostra que a população entende a importância de uma boa gestão da área”, destaca Natalia.

E a gestão da saúde, ou de qualquer outra área, acontece primariamente nas cidades e não se constrói só. 

Por esse cenário, a participação de Zuleica Goulart, coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis, foi destaque no segundo painel do Fórum da semana passada. O Cidades Sustentáveis atua, desde 2012, na sensibilização e mobilização de governos locais para a implementação de políticas públicas estruturantes, que contribuam para o enfrentamento da desigualdade social.

Zuleica ressaltou o “poder gigante” dos municípios, salientando a capacidade dos governos locais para gerar as transformações necessárias nos territórios.

Será nas cidades que vamos perder ou ganhar a batalha do desenvolvimento sustentável, e a saúde faz parte dele. Durante o período eleitoral precisamos lançar um esforço maior para recrutar parceiros, dar alcance e capilaridade ao que estamos fazendo e, é justamente isso que o IGCC está construindo. Somos mais de 5.500 municípios no país, é preciso buscar parcerias para fortalecer as ações localmente”, incentivou. 

Só iremos avançar em qualquer pauta no país se for de forma colaborativa, trabalhando em redes. Estamos aqui plantando sementinhas, mesmo que não ocorra hoje a transformação que queremos”, finalizou Zuleica.

Após os painéis do Fórum, Daniely Votto, diretora executiva do IGCC, apresentou a proposta da Rede Polis – Cidades no Controle do Câncer, uma coalizão de organizações para trilhar passos no enfrentamento ao câncer nas cidades.

O objetivo é a formação de uma rede de colaboração entre todos os setores da saúde com foco na oncologia. O Instituto propõe uma mobilização e capacitação de organizações da sociedade civil para que liderem articulações com os candidatos e candidatas à prefeituras municipais sobre a pauta do câncer.

A meta da Rede é ter o controle da doença como um comprometimento concreto nos Planos de Governos dos futuros prefeitos e prefeitas que serão eleitos em outubro de 2024.

É um grande desafio para todos que atuam com articulação. Essa estratégia para o ano que vem, nas eleições municipais, está no escopo do desenvolvimento sustentável. Precisamos ter uma agenda integrada, que mire os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), buscando identificar onde estão as desigualdades sociais, usar os dados atualizados que temos e propor melhores políticas ao poder público”, comentou Zuleica sobre a proposta do evento.

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