Para além das questões de vulnerabilidade social que, bem provavelmente, justifiquem em parte a realidade do câncer na população negra, a ciência já sabe que diferentes etnias têm diferenças moleculares que podem explicar por que uma doença é mais comum em uma do que em outra.
Ainda, as condições de saúde e doença da população negra são impactadas por questões estruturais complexas, que vão além das condições socioeconômicas dos indivíduos, podendo não refletir por completo as diferenças nas exposições a fatores de risco, contexto social e racismo estrutural.
Dentro deste cenário, é muito provável que a população negra do Rio Grande do Sul tenha mais dificuldade de acesso e piores desfechos com o câncer. Por isso, o estudo pretende realizar uma análise situacional da doença no estado. O projeto busca trazer visibilidade às barreiras enfrentadas pela população negra com câncer e ajudar a reduzir disparidades do sistema, através de recomendações ao gestor público.
O principal objetivo da iniciativa é melhorar o diagnóstico precoce, a navegação dos pacientes e o cumprimento da Lei 12.732/12, que regulamenta o período máximo para início do tratamento, de até 60 dias. O projeto será desenvolvido com pacientes afrodescendentes com câncer de próstata, pulmão e mama atendidos no Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O mapeamento inicial do estudo foi elaborado pela consultora Sílvia Marcuzzo.
- Parceiro Estratégico: Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
- Parceiro Implementador: Bristol Meyers Squibb Foundation (BMSF) e Roche